Textos por @Rough Guides
As Colunas de Hércules britânicas
A principal atracção de um cruzeiro a Gibraltar reside essencialmente na sua originalidade: no apelo genuíno do insólito, na presença física intimidante do seu rochedo , e na ambiguidade de continuar a ser uma das últimas colónias britânicas .
Ao longo da maior parte da sua história tem existido numa espécie de limbo entre os dois mundos, sem que fazer efectivamente parte de qualquer um deles. É um lugar curioso para visitar, inclusive para testemunhar o bizarro processo da sua abertura ao turismo de massas da Costa del Sol . Ironicamente, é um facto que além de ameaçar destruir a sociedade híbrida altamente específica de Gibraltar também a torna muito mais britânica.
Nos últimos anos, o florescimento económico vivido em Gibraltar durante a década de 1980, na sequência da reabertura da fronteira com Espanha, começou a desvanecer e o futuro da colónia – quer seja do agrado da sua população ou não – dependerá muito certamente dos estreitamento dos laços com Espanha. No entanto, os gibraltarinos teimam em arreigar-se ao estatuto britânico e todas as suas instituições se pautam pelos modelos britânicos. Mas, contrariamente à crença popular, tal como descobrirá no seu cruzeiro MSC no Mediterrâneo até Gibraltar , os seus habitantes não têm sangue totalmente espanhol nem britânico sendo, na verdade, uma composição étnica descendente de antepassados genoveses, portugueses, espanhóis, minorquinos, judeus, malteses e britânicos.